Veja os prejuízos do diagnóstico tardio de autismo

 Embora o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) possa ser diagnosticado com segurança aos 24 meses (Steiner et al. 2012; Johnson et al. 2007), estudos populacionais em vários países descobriram que a idade no diagnóstico é geralmente consistente com a idade de início na escola.

Outros fatores pesam nesse atraso no diagnóstico. A situação socioeconômica e o acesso às informações dos pais, por exemplo, é um dos obstáculos documentados no estudo para identificar os primeiros sinais que podem sugerir que uma criança tenha autismo. O adiamento na busca por profissionais que não conseguem fechar o diagnóstico, por medo ou estigma relacionado ao autismo, também não será descartado. Muitos pais enfrentam essa situação e querem satisfazer afirmações como “ela está no tempo dela”, ou “cada criança tem seu tempo”.

Portanto, vale ressaltar a importância de observar seu filho e a qualquer sinal de atraso no desenvolvimento da fala, falta de contato visual, falta de fala ou outras dúvidas sobre a aquisição das habilidades linguísticas, procure um profissional para orientar a família.



COMO O AUTISMO É DIAGNOSTICADO?

Um diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista é essencialmente clínico. Com o aumento da idade e o ingresso na escola, sinais claros de atraso no desenvolvimento da linguagem - o campo mais afetado por essas condições -, muitas vezes chamam a atenção de outras pessoas, como professores, que começam a notar na família.

Dificuldade para falar, movimentos musculares imaginados, sensibilidade à luz ou ao som, adesão da criança a uma rotina rígida e ações repetitivas (como bater palmas) podem ser alguns dos primeiros sinais.

Basicamente, os especialistas usam cinco pontos para fechar o diagnóstico:

Entrevistar os pais, coletar dados e fatos sobre a saúde da criança e observar o comportamento social da criança;

Análise do material fornecido pela família: fotos e vídeos mostrando a criança em comportamento incomum podem ajudar o especialista;

Discussão com os professores: a liberação emocional e a formação profissional dos professores das crianças podem revelar alguns aspectos do comportamento que são negligenciados pelos pais;

O uso de escalas de mensuração confiáveis, que proporcionam maior visão na análise e maior clareza na identificação dos sintomas mais difíceis;

Histórico familiar: existem evidências científicas que comprovam a influência genética da presença do Autismo. Saber se existem parentes próximos com TEA ou outros transtornos do desenvolvimento e neuropsiquiátricos também ajuda no diagnóstico.


EFEITOS E PERDA DE DESENVOLVIMENTO

De acordo com as evidências, as crianças diagnosticadas precocemente têm mais acesso à intervenção e à terapia, apresentam melhor compreensão verbal e geral na escola, são mais propensas a frequentar a escola regular e precisam de menos apoio contínuo do que as crianças diagnosticadas mais tarde.

O diagnóstico tardio tem as seguintes principais consequências descritas na literatura científica:

Deterioração do comportamento e da vida social da criança: a deterioração de comportamentos considerados inadequados e que resulta do isolamento da criança dos seus pares;

Problemas emocionais causados ​​por não conseguir controlar suas emoções e a hipersensibilidade característica do TEA, que são melhor gerenciados se a criança tiver acesso aos tratamentos disponíveis;

Efeitos na saúde emocional, qualidade de vida e altos níveis de sintomas de autismo em adultos que não foram diagnosticados quando crianças e nunca receberam tratamento.

O autismo não tem cura e tem um espectro diferente, níveis de gravidade e cada pessoa vai mostrar o transtorno de maneiras diferentes. No entanto, o tratamento precoce, com equipe profissional e multidisciplinar, é importante para garantir melhor qualidade de vida, maiores chances de redução dos fatores que interferem nas relações sociais do autista e maior chance de aceitação familiar e inclusão social.


PRINCIPAIS CAUSAS DE CHEQUES ATRASOS

As crianças que se enquadram no espectro do autismo são frequentemente diagnosticadas com outros distúrbios, como TDAH, e recebem tratamento inadequado ou inadequado.

Estudo realizado no Reino Unido mostrou que fatores familiares e ambientais estão associados à idade ao diagnóstico. O TEA também possui diferentes níveis e espectros, que também são influenciados pela idade (Williams et al. 2008). Enquanto uma criança com Transtorno Autista geralmente é diagnosticada aos 3 anos e meio, outra com Síndrome de Asperger não é diagnosticada até, em média, 9 anos de idade.

Da mesma forma, Daniels e Mandell (2013) descobriram que quase metade dos estudos revisados ​​relataram anos depois no diagnóstico da síndrome de Asperger, em comparação com todos os outros TEAs.

Há evidências crescentes que sugerem que programas de intervenção precoce podem melhorar o funcionamento geral, interação social, linguagem, cognição e comportamento adaptativo em crianças com transtorno do espectro autista (TEA) (por exemplo, Magiati et al. 2014; Oono et al. 2013). À medida que as crianças se desenvolvem, o tratamento pode tornar-se menos eficaz (Harris e Handleman 2000), destacando a importância do diagnóstico precoce do TEA para uma intervenção oportuna.

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